terça-feira, 19 de junho de 2012

Educação: Relação de convivência e sociabilidade na escola

Relação de convivência e  sociabilidade na escola


Relação entre os Jovens 
A convivência e a sociabilidade entre estudantes jovens são permeadas por relações conflituosas dos mais diversos tipos, que podem estar, de um lado, vinculadas a problemas graves como agressões verbais, físicas, humilhações (bullying e cyberbullying), discriminação e homofobia. 

Por outro lado, há maneiras de se relacionar típicas da adolescência/juventude que não podem ser vistas a priori como problemáticas. Em uma pesquisa coordenada por Miriam Abramovay (estudiosa da área) em escolas da rede pública do Distrito Federal, percebeu-se que algumas ações como a criação de apelidos, que assumem um tom de graça, acabam por criar laços de amizade e não  necessariamente potencializam atos violentos.


Cabe, portanto, aos atores escolares identificar as relações potencialmente capazes de tornar o ambiente mais propício a conflitos violentos e propor regras de convivência com a participação de todos, inclusive os jovens não matriculados na escola, mas frequentadores do seu espaço. 


Já  com  relação  às  brigas  e  xingamentos  entre  alunos,  deve-se  discutir  os  casos  abertamente, mostrando a possibilidade de resolução de conflitos por meio do diálogo e de técnicas específicas, como é o caso da mediação de conflitos.


Outra questão importante são os pequenos grupos formados por afinidades culturais, de gênero, etnia etc., parte inegável da construção de suas identidades e formas de se relacionar com o mundo. O que acontece em muitos casos são brigas entre esses grupos. A escola deve então promover a interação e a socialização entre os diversos grupos formados nas escolas, estimulando o respeito às diferenças.



Bullying: abuso ou constrangimento físico ou psicológico, intencional e repetitivo, sem motivação evidente, contra alguém que tem dificuldade de se defender. Um comportamento frequente de bullying nas escolas é o uso sistemático de apelidos humilhantes ou preconceituosos, xingamentos, desenhos, ofensas morais, verbais e sexuais no relacionamento entre alunos ou entre professores e alunos. 

Os pais podem contribuir para o surgimento dessa conduta quando são tolerantes ou permissivos em relação ao comportamento agressivo dos filhos, ou quando usam frequentemente o poder e a violência para 
controlar as crianças e os adolescentes. 

Cyberbullying: envio ou postagem de material nocivo ou participação em alguma forma de agressão social usando a internet ou outras tecnologias digitais.

Relação entre Estudantes e Professores


Segundo pesquisa coordenada por Miriam Abramovay, realizada em instituições escolares da  rede pública do Distrito  Federal, um  indicativo de bom  clima escolar  segundo osestudantes é a relação de afeição, confiança, amizade e respeito estabelecida entre eles e os professores.


Na  sala  de  aula,  há  situações  em  que  se  desenrolam  intricados  processos  de  negociação entre  alunos  e  professores  que  muitas  vezes  acabam  em  xingamentos,  desrespeito  e  até agressões.  Grande  parte  delas  encontra  sua  origem  nas  relações  de  poder  estabelecidas em sala de aula, marcadas pela diferença de papéis. 


O professor é uma autoridade e deve ser respeitada como tal. No entanto, ele não pode esquecer de seu papel, tornando-se promotor  de  violência,  como  vemos  em  casos  de  humilhações  de  alunos  ou  na  construção unilateral de regras de convivência na sala de aula, que apenas os alunos devem respeitar. Isso é um sintoma claro de perda de comunicação e diálogo entre as duas partes.



Portanto,  uma  das  primeiras  ações  para  se  obter  um  ambiente  harmonioso  é  criar  regras de convivência dentro da sala de aula pactuadas por todos, em que o limite e o papel de cada um é previamente estabelecido. Para assegurar que tais normas sejam cumpridas por todos, vale divulgá-las e, sempre que oportuno, resgatá-las.




Outra ação está na criação e/ou fortalecimento do Conselho de Classe. O Conselho reúne supervisores, orientadores, professores e alunos para discutir a aprendizagem, seus desempenhos e avaliações. No conselho de classe, mais do que saber se o aluno será aprovado ou não, objetiva-se  encontrar  os  pontos  de  dificuldade  tanto  do  aluno  quanto  da  própria  instituição de ensino. 


Dessa forma, busca-se a reformulação nas práticas escolares com base nas reflexões geradas  pela  discussão  em  conselho  de  classe.  Além  disso,  compartilham-se  informações  sobre a classe e sobre cada aluno para embasar a tomada de decisões e melhorar o processo de ensino-aprendizagem.





Fonte: Cartilhas Temáticas - Instituto Sou da Paz  http://www.soudapaz.org/Portals/0/Downloads/Cartilha01ESCOLA_VsFINAL.pdf






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