terça-feira, 19 de junho de 2012

Educação: Promoção da Cultura de Paz nas Escolas

Promoção da Cultura de Paz nas Escolas


Como  vimos  nas  ações,  projetos  e  sugestões  apontados  até  agora,  as  estratégias  das  escolas para enfrentar a violência variam de acordo com os problemas enfrentados em cada lugar. Esse é um ponto chave quando se pensa em ações de prevenção da violência: entender as dinâmicas de cada local, em vez de simplesmente replicar modelos, e então desenvolver ações relacionadas a essas dinâmicas.

Ainda que  a especificidade de  cada escola deva  ser  levada em  conta, há um eixo  comum que perpassa todos os pontos abordados na cartilha e diz respeito ao papel da escola na promoção  da  cultura  de  paz,  entendida  como  um  modo  de  pensar  e  agir  que  respeita  a diversidade,  o  diálogo  e  a  negociação  como  estratégias  para  a  resolução  dos  conflitos,  e que rejeita qualquer tipo de violência no ambiente escolar.

Considerar  estratégias  de  fortalecimento  da  cultura  de  paz  com  foco  na  juventude  é muito importante, pois muitas vezes o envolvimento dos jovens com a violência – mesmo  a  violência  letal  –  está  relacionado  a  uma  cultura  que  legitima  comportamentos, atitudes  e  valores,  reforçando  estigmas,  estimulando  a  intolerância  e  a  violência  como a  única  forma  de  se  adquirir  respeito  e  poder.  


Por  isso,  trabalhar  a  cultura  de  paz  e  as ações de desnaturalização da violência no ambiente escolar é essencial para promover o questionamento desses valores e atitudes e contribuir para a convivência segura.


Nesse sentido, vale destacar o papel dos educadores e de todos os atores escolares no estímulo à reflexão crítica, à adoção de comportamentos não violentos e à valorização da mediação de conflitos e do diálogo. 


Outro aspecto que merece atenção é a forma pela qual os jovens muitas vezes utilizam símbolos relacionados à violência para serem validados e respeitados perante seu grupo − e isso também pode e deve ser trabalhado dentro da escola. 


Um exemplo claro é a valorização e mesmo o porte de armas de fogo (mesmo que proibido por lei) no ambiente escolar. As armas carregam um valor simbólico muito forte na sociedade, especialmente no imaginário dos jovens, que as associam a poder, virilidade e defesa pessoal. 


Apesar de não figurar entre as principais ocorrências de violência nas escolas, a presença e o uso de armas no ambiente escolar devem ser trabalhados. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, as armas de fogo são a principal causa de morte entre jovens de 15 a 24 anos. 


Além do mais, quando as armas de fogo estão presentes em situações de briga e  desentendimentos,  aumentam  muito  a  sensação  de  insegurança  e  a  chance  de  esses conflitos terminarem em morte violenta.



Estratégias: 


• Desenvolver uma campanha de repúdio à violência e ao uso das armas por adolescentes e jovens.


• Desenvolver,  junto  com  os  alunos,  materiais  de  comunicação  sobre  o tema (filmes, cartazes, folders, spots para rádio, e outros) que possam ser disseminados para outros adolescentes e jovens.


• Mobilizar grupos de jovens para discussões e/ou outras dinâmicas (teatro, dança) que podem estar focadas, por exemplo, no uso da arma e na “cultura do machão”, promovendo a reflexão e o questionamento sobre a cultura da violência. Essas ações devem atrair tanto os jovens homens como as jovens mulheres, que acabam muitas vezes contribuindo para a valorização do “masculino, forte, que usa arma”.


• Realizar um pacto coletivo com os diversos atores (escolares e externos, como a polícia, os guardas e a segurança privada), estimulando a desvalorização de comportamentos violentos e da presença de armas na escola.


Fonte: Cartilhas Temáticas - Instituto Sou da Paz  http://www.soudapaz.org/Portals/0/Downloads/Cartilha01ESCOLA_VsFINAL.pdf


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