A dificuldade na definição de limites, do papel e das responsabilidades da escola e da família na educação dos jovens compromete o diálogo e a aproximação dessas duas instituições. O que não se percebe é que ambas as instituições devem desempenhar papéis não antagônicos, mas interdependentes e complementares, baseados em relações de respeito e cooperação. Essa aproximação pode acabar fortalecendo ações conjuntas para tratar de problemas cotidianos.
• Revisão do conceito de família mediante aceitação pela escola de outros tipos de configurações familiares, além das figuras materna e paterna. Em muitos casos, avós, irmão/irmã mais velhos são os responsáveis pelos adolescentes.
• Adotar estratégias variadas para atrair a família em outras atividades na escola, também como forma de evitar que os pais ou responsáveis sejam chamados somente em situações negativas ou constrangedoras.
•Troca constante de informações sobre o andamento da vida escolar.
As condições sociais dos bairros onde as escolas estão localizadas afetam diretamente seu cotidiano, as relações e a percepção sobre segurança dos membros da comunidade escolar. Em muitos territórios, as escolas são uma das poucas instituições públicas de lazer, cultura e ponto de encontro.
Por esse motivo, a unidade escolar torna-se referência e é procurada diariamente pelos moradores, em sua maioria jovens. Como se sabe, essa relação nem sempre é harmoniosa
.
Como já observado, muitas escolas que obtiveram sucesso na construção de um ambiente pacífico optaram por se aproximar e abrir o diálogo com os moradores do entorno, demonstrando que a escola deve ser valorizada como fundamental no processo de construção da cidadania.
Sugestões:
• Desenhar estratégias de aproximação com a comunidade privilegiando uma linguagem simples, de fácil entendimento, que promova a socialização e a convivência.
• Aproximar a escola da comunidade entendendo suas vulnerabilidades, limites e potencialidades.
•Promover atividades de que a comunidade possa participar e com a qual possa contribuir.
No Brasil inúmeras iniciativas de abertura da escola para a comunidade vêm demonstrando ser uma excelente estratégia para reduzir níveis de violência dentro e fora do espaço escolar.
Programa Escola Aberta
Foi criado com base na constatação feita pela UNESCO de que os índices de violência envolvendo jovens são maiores nos fins de semana. Assim, foi criado o Programa Abrindo Espaços que, mais tarde, foi assumido pelo Ministério da Educação, com a ampliação dos seus objetivos: além de promover espaços alternativos de lazer, educação, informação e cultura para os jovens e suas comunidades, o programa visa construir a cultura da paz; integrar a escola e a comunidade; melhorar a qualidade da educação.
A proposta central é proporcionar aos alunos e às suas comunidades espaços alternativos para o desenvolvimento de atividades de cultura, esporte, lazer, geração de renda, formação para a cidadania e ações educativas complementares durante o fim de semana. Seu foco prioritário são os jovens.
As atividades são realizadas por meio de oficinas cujos temas são selecionados pela comunidade. As mais comuns são as oficinas de hip-hop, capoeira, futebol, artesanato, dança, entre outras. Em geral, os “oficineiros” responsáveis pelas atividades são talentos que residem na vizinhança.
Dessa maneira, o programa Escola Aberta estreita as relações entre escola e comunidade e pretende reduzir a violência na comunidade escolar, promovendo o protagonismo juvenil.
Leia mais:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12367&Itemid=817
Programa Comunidade Presente
A proposta é sensibilizar e instrumentalizar assistentes técnicos pedagógicos (ATPs), diretores, professores, funcionários, pais e alunos, por meio de oficinas de capacitação, divulgação de cartilhas temáticas e apoio a projetos, para que as escolas sejam espaços de exercício de participação e de organização dessa comunidade.
O grande mérito do programa é ser uma iniciativa articuladora, não só de outros projetos da Secretaria de Educação como também das ações que a própria escola já realiza. A metodologia proposta pelo programa é de tal forma flexível, que torna viável sua implementação em toda a rede.
São estratégias do programa:
• Identificar ações de violência existentes no ambiente escolar (mapeamento), resgatando o que a escola tem feito para minimizar essas ações e propor outras mais eficazes.
• Desenvolver estratégias de ação que promovam a socialização e a convivência por
meio de atividades esportivas, culturais e de lazer.
• Implantar ações que a comunidade, juntamente com a escola, julgar necessárias..
Leia mais:
http://www.educacao.sp.gov.br/comunidade_presente/index.htm
Fonte: Cartilhas Temáticas - Instituto Sou da Paz http://www.soudapaz.org/Portals/0/Downloads/Cartilha01ESCOLA_VsFINAL.pdf
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