quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Educação:Violência, Escola e Temas Transversais

“Violência, Escola e Temas Transversais: Reflexões Necessárias”external image barbie.jpg

Tema transversal: Pluralidade Cultural

Tipos de violência abordados: escolar, física e verbal


● Introdução

O Brasil dispõe de um enorme patrimônio cultural, deixado ao longo de nossa história por seus nativos e imigrantes. Todas essas diferenças culturais chegaram para somar, e fizeram do povo brasileiro um povo rico na pluralidade cultural. Porém, essa questão, esbarra na dificuldade que as pessoas têm em aceitar as diferenças, gerando violência social, refletindo nas escolas, na sala de aula.
Trabalhar a Diversidade Cultural, significa lidar com as questões voltadas aos diferentes grupos étnicos, à homofobia, ao credo, à linguagem, ao vestuário, a valores. Ou seja, um enorme conjunto que nos leva a difícil tarefa de viver em harmonia.
Formas de violência veladas ou não e agressões verbais e/ou físicas, infelizmente são percebidas também nos espaços escolares. E constituem mais um desafio entre tantos que o professor deve administrar na sua rotina e que obviamente não poderá ignorar.

● Referencial teórico

A educação brasileira sofreu muitas influências culturais. Nossas escolas e nossa economia foram construídas com base na cultura colonizadora Europeia, excluindo alguns grupos étnicos, com base em questões religiosas e raciais.
Como a escola é formada por diversos grupos étnicos, com suas crenças e costumes, os Parâmetros Curriculares Nacionais se preocuparam em valorizar a etnia e a cultura dos diferentes grupos sociais brasileiros, sugerindo trabalhar a Pluralidade Cultural, “oferecendo aos alunos a possibilidade de conhecer o Brasil como um país complexo, multifacetado e algumas vezes paradoxal.”
“A abordagem do termo diversidade cultural torna-se um tema atual e relevante a partir do momento em que a escola desenvolve um ensino que procura atender a diversidade cultural de sua clientela (...)” (PAIM e FRIGÉRIO). No entanto, em nossas salas de aula temos uma boa amostra da variedade cultural da nossa sociedade e nos deparamos com situações que dependendo do despreparo dos professores e alunos ainda em formação, são no mínimo constrangedoras, como é o caso das opções de exercício da sexualidade; a questão dos modelos de família como um dos mais complexos para se chegar num consenso razoável. Também temos as divergências de cunho religioso, podendo chegar a graves censuras, críticas e perseguições tanto no âmbito docente como no discente. (...) Esta questão (ou contradição) é um dos pontos fundamentais a ser discutido pelos educadores, ou seja, como pensar a noção de identidade nacional, o universal e o respeito à diferença em momentos em que este último coloca em xeque valores universais? Por exemplo, como tratar dogmas de determinadas religiões que muitas vezes colocam em risco vidas humanas como é o caso da proibição de transfusão de sangue? E chegando no limite , como respeitar seitas que imputam a seus seguidores a realização de sacrifícios humanos?
Tratar de forma superficial estas questões (ou como faz os PCNs não as colocando) reduz o debate a uma superficialidade que não podemos admitir. Está mais do que na hora de colocarmos, como historiadores da educação, que questões candentes como essa não se resolvem modificando-se tão somente conteúdos curriculares mas sim com tentativas de dar sentido à vida, na medida em que esta, em si mesma, vê-se esvaziada de suas problematizações, diluídas em conteúdos curriculares desencaixados da complexa dinâmica social..

● Elaboração de propostas

Elencamos algumas sugestões de atividade possíveis de serem colocadas em prática na sala de aula ou que podem fazer parte do planejamento do professor.
Datas comemorativas (índio, pai, mãe, abolição da escravatura, etc.) e festas folclóricas podem ser ocasiões para serem bem aproveitadas quanto à abordagem da pluralidade cultural.
Pesquisa e seminário: sobre as características regionais do país.
Dramatizações: onde estejam presentes as questões de gênero e os papéis sociais.
Murais e cartazes: ilustrações e gravuras que contemplem as diferentes raças da nossa sociedade.
Filmes e documentários: com a temática das diversas culturas.
Aulas passeio: permitem sempre maior integração do grupo.
Pesquisa de campo: na qual os grupos aprofundariam os conhecimentos a cerca de um tipo de “preconceito” e, elaborassem um trabalho para posterior debate.
Debates: levantando as questões a serem discutidas e esclarecidas como resultado de pesquisa prévia.

● Considerações finais

A Diversidade Cultural deve fazer parte de um Projeto elaborado pelas escolas de ensino fundamental e médio, objetivando o ensino pela democracia e o respeito às diferenças.
"Educar para o entendimento da Diversidade Cultural é educar para uma sociedade melhor, com homens tolerantes, justos e livres de preconceitos." Pensar e repensar a educação: utilizar-se da didática, reconhecendo sua importância e tendo-a como forte aliada nesse processo de fazer da aula um espaço mais para as experiências vividas no cotidiano do que para o livro adotado. Cabe a nós educadores, estarmos sempre atentos, desconfiados e humildes diante das verdades que nós mesmos, como professores e alunos, ajudamos a construir e a ensinar, de modo a estarmos preparados para, a qualquer momento, revisá-las e, se preciso for, para aceitar o "novo", o "diferente", buscarmos articular outras que consigam responder melhor às nossas expectativas atuais de uma sociedade contemporânea e ajudar-nos na busca por uma vida melhor, com certeza, com menos violência, pois é inegável (...)” a contradição entre a exigência pluralista e a exigência unitária , a necessidade de levar em conta a diversidade cultural e a de manter ou de promover um mínimo de coesão social e cultural a fim de evitar a pura e simples desintegração” (FORQUIN, 1993:138).

Fontes:

O DESAFIO DE TRABALHAR A DIVERSIDADE CULTURAL NA
ESCOLA
Eliane Rosário Paim1
Neide Aparecida Frigério1
http://www.univen.edu.br/revista/n005/O%20DESAFIO%20DE%20TRABALHAR%20A%20DIVERSIDADE%20CULTURAL%20NA%20ESCOLA.pdf

Parâmetros Curriculares Nacionais
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pluralidade.pdf

PLURALIDADE CULTURAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES : UMA PROPOSTA CRÍTICA
Tania Mara Tavares Silva
Centro Unisal / Fae Unicamp
Fonte: http://projetointerdisciplinaravm2011-1.wikispaces.com/Grupo+4+-+Pluralidade+Cultural+e+Viol%C3%AAncia

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